skip to Main Content
História Do EDI (Electronic Data Interchange)

História do EDI (Electronic Data Interchange)

Historicamente, a prática de utilizar documentos de suporte para transações comerciais é registrada desde a antiguidade, onde mercadores já trocavam documentos para registrar e formalizar transações, como cartas de crédito rudimentares. Esses documentos facilitavam o comércio, especialmente em longas distâncias, oferecendo garantias de pagamento e entrega, e estabelecendo uma base de confiança entre os comerciantes. Existem documentos da Idade Antiga que foram usados para registrar e suportar transações comerciais. Alguns dos mais conhecidos incluem:

  • Tábulas Cuneiformes da Mesopotâmia: Datando de cerca de 3000 a.C., essas tábulas eram usadas pelos sumérios, acadianos e babilônios para registrar transações comerciais, contratos e pagamentos.
  • Papiros Egípcios: No Egito Antigo, papiros foram usados para registrar transações, acordos e inventários. Alguns papiros do período do Novo Império (c. 1550–1070 a.C.) mostram registros de contratos de trabalho, listas de suprimentos e trocas comerciais entre templos e cidades.
  • Cartas de Amarna: Datadas de cerca de 1350 a.C., essas cartas são um conjunto de tabuletas de argila escritas em cuneiforme e encontradas em Amarna, no Egito. Elas documentam a correspondência diplomática e comercial entre o Egito e seus vizinhos, incluindo transações e envio de presentes como parte de acordos comerciais.
  • Estelas e Inscrições na Grécia Antiga e Roma: Nas civilizações grega e romana, estelas e inscrições em pedra documentavam contratos públicos, como o leasing de terras e impostos sobre mercadorias. Esses documentos eram comuns e ajudavam a regular e formalizar o comércio em áreas públicas, como os fóruns.

As viagens de Marco Polo ocorreram entre 1271 e 1295. Ele partiu de Veneza em 1271 com seu pai, Niccolò, e seu tio, Maffeo, em uma jornada até a corte de Kublai Khan, o imperador mongol da China. Eles passaram aproximadamente 24 anos viajando e explorando diversas regiões da Ásia, incluindo a China, onde viveram por vários anos. Marco Polo retornou a Veneza em 1295, trazendo relatos detalhados sobre as culturas, economias e paisagens que ele encontrou, que foram mais tarde compilados no famoso livro As Viagens de Marco Polo.

Em “As Viagens de Marco Polo”, é detalhado o uso de documentos que suportavam o comércio, como o papel-moeda na China, um sistema monetário inovador para a época, que os europeus desconheciam até então​(World History Encyclopedia). Além disso, ele relata a existência de estações de correio e mensageiros ao longo do Império Mongol, que facilitavam a comunicação e o transporte de mercadorias e mensagens comerciais entre regiões distantes​(Encyclopedia Britannica).

Marco Polo também descreveu extensivamente a rede de comércio e a infraestrutura que permitia a movimentação de mercadorias e pessoas ao longo da Rota da Seda, incluindo o uso de documentos para garantir a autenticidade e a segurança de transações, um conceito que se assemelha ao propósito das cartas de crédito modernas, embora menos formalizado​(Encyclopedia.com). Esses documentos permitiam a realização de transações e a troca de mercadorias em áreas sob controle Mongol, promovendo a segurança e a confiança entre comerciantes de diferentes culturas e regiões.

A evolução para o Electronic Data Interchange (EDI) no século 20 transformou essa prática, permitindo a troca de documentos comerciais em formato eletrônico padronizado. O EDI surgiu oficialmente na década de 1960 e passou a ser amplamente adotado nos anos 1970 e 1980, especialmente em setores como o automotivo e o varejo. A implementação de EDI modernizou a troca de dados ao eliminar a necessidade de documentos em papel, permitindo uma comunicação direta entre sistemas de computadores e reduzindo o tempo e os erros associados aos processos manuais. Atualmente, o EDI é utilizado em vários setores e, com a inclusão de tecnologias como XML e JSON, continua a evoluir para integrar melhor sistemas globais e processos de negócios complexos.

Com o avanço das redes digitais, o EDI se adaptou e agora inclui opções como o EDI via Value-Added Network (VAN) e WebEDI, que permitem a comunicação eletrônica por meio de serviços de terceiros e a utilização de interfaces baseadas na web. Esses métodos permitem que empresas de todos os tamanhos utilizem EDI, simplificando o processo de integração para pequenos fornecedores e empresas que ainda não têm capacidade completa de EDI​(Eletrocnic Data Interchange)(IBM – United States)(Radley).

Linha do tempo  incluindo documentos de suporte ao comércio desde a Idade Antiga:

Linha do Tempo de Documentos Comerciais e EDI

  • c. 3000 a.C.:
    • Tábulas Cuneiformes da Mesopotâmia: Utilizadas por sumérios, acadianos e babilônios, estas tábulas de argila registravam transações comerciais e contratos, representando um dos primeiros sistemas de documentação de transações.
  • c. 1350 a.C.:
    • Cartas de Amarna: Um conjunto de tabuletas de argila que documenta a correspondência diplomática e comercial entre o Egito e outros reinos. Essas cartas incluem registros de transações e acordos comerciais.
  • c. 1500-1000 a.C.:
    • Papiros Egípcios: No Egito Antigo, papiros eram usados para documentar contratos, inventários e transações comerciais, incluindo registros detalhados de trocas entre templos e cidades.
  • Séculos 5-4 a.C.:
    • Estelas e Inscrições Gregas e Romanas: Na Grécia e Roma Antigas, estelas e inscrições em pedra registravam contratos comerciais e taxas de mercado. Esses documentos ajudavam a regulamentar e formalizar o comércio, especialmente em locais públicos como fóruns.
  • Século 11:
    • Cartas de Geniza: Descobertas no Cairo, essas cartas mostram como os mercadores judeus do Mediterrâneo utilizavam documentos para registrar transações e coordenar atividades comerciais à distância.
  • Séculos 12-13:
    • Primeiras Cartas de Crédito: Usadas por comerciantes europeus, especialmente na Itália, as cartas de crédito garantiam o pagamento e a entrega de mercadorias, estabelecendo uma forma de segurança para transações de longa distância.
  • Século 19:
    • Formalização das Cartas de Crédito: Com o aumento do comércio global, as cartas de crédito foram padronizadas e amplamente adotadas por bancos e instituições financeiras para garantir pagamentos mediante a apresentação de documentos específicos.
  • Década de 1960:
    • Nascimento do EDI (Electronic Data Interchange): Empresas nos Estados Unidos começam a trocar dados comerciais por meio eletrônico, automatizando a troca de documentos e substituindo o papel por transações padronizadas.
  • Década de 1970:
    • Adoção Comercial do EDI: Indústrias como o automotivo e o varejo adotam o EDI para acelerar pedidos, faturas e confirmações, exigindo que fornecedores utilizem EDI para transações eficientes e seguras.
  • Década de 1980:
    • Padrões Globais de EDI (EDIFACT): A Câmara de Comércio Internacional estabelece padrões para o EDI, permitindo uma integração mais consistente e eficiente no comércio global.
  • Década de 1990:
    • Expansão com EDI Baseado na Web: Com o surgimento da internet, o WebEDI permite que pequenas empresas utilizem interfaces web para se conectar com grandes corporações, facilitando o uso do EDI por novos usuários.
  • Século 21:
    • EDI na Nuvem e EDI como Serviço (EDIaaS): Soluções baseadas em nuvem tornam o EDI mais acessível e flexível, permitindo que empresas de todos os tamanhos gerenciem transações e documentos comerciais com maior economia de custo e eficiência.

Essa linha do tempo traça a evolução das práticas de documentação de transações comerciais, desde a Idade Antiga até as modernas soluções eletrônicas, destacando a importância de registros confiáveis para o comércio global.

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *

en_US
Your name